Até a minha mãe morreu...

Nem posso justificar o meu sumiço aqui por conta dela.

Pois é.

Fui ver a data da minha última postagem — foi em janeiro.

Juro: quando escrevi aquele texto, acreditava piamente que daria continuidade à escrita, como era antigamente, na época do meu blog MukifuChic.

Afinal, essa “pausa” de escrever o que transborda por aqui também funciona como uma medicina pra mim.

Faltou inspiração? Não mesmo.

Foi falta de comprometimento com essa teia virtual? Pode ser — tive muitas distrações.

Fala a verdade, Ana Paula… você se enroscou feio!!

Sim, é verdade que minha mãe adoeceu no início do ano e, em determinado momento, precisei recalcular a rota do meu tempo, da minha vida, das minhas prioridades, pra me dedicar a ela.

Faz parte da vida.

Quando soube que a situação era grave, sem previsão de quando tudo iria se normalizar, parei com todos os meus planos e projetos. O foco era viver o presente e me dedicar a cuidar dela, junto da minha família, da melhor forma que eu pudesse.

Fiz então uma carta de recomendação pra mim mesma:

18 de março de 2025 às 6:19 am

Cuidar de mim, manter minha frequência mais alta o quanto for possível.

O que fazer:

- vigiar meus pensamentos e nutrir boas leituras, filmes, músicas.

-Cuidar da minha alimentação e da minha saúde. Dormir mais.

-Beber água, hidratar meu corpo, tomar chás.

-Movimentar meu corpo, seja dançando, jogando, passeando com os cachorros, caminhando na areia, mergulhando no mar… meditar, respirar, fazer massagem.

-Escrever mais, cantar, criar, pintar, deixar bonito, poetizar a vida ainda que esteja caótica dentro e fora.

-Cuidar do meu tempo.

-Nutrir meus sentidos e relações. Receber amor.

-Conversar com Deus.

-Cuidar da Clarinha e do Gold com afeto.

-Manter a casa limpa, arrumada, cheirosa.

-Criar hábitos e disciplinas que tragam ordem, beleza, abundância, alegria e fé.

-Ser gentil no processo.

O que evitar:

-álcool demais, açúcar, processador, inflamatórios.

-Tempo demais nas redes

-Pessoas, lugares, conversas com baixa frequência.

E foi assim por alguns meses.Recusava todos os convites futuros e vivia ali — o presente, com presença. Com ela.

10 de junho de 2025.Ela se foi.

L U T O.

De volta à vida.

Peraí — como voltar à vida sem pai e sem mãe? Nunca estive nesse lugar.

Aaaaaah… uma nova vida se inicia, com o legado deles em mim.

É estranho sentir um vazio e, ao mesmo tempo, estar totalmente abastecida de amor, coragem e força.Nem vou falar da saudade — essa vou levar pra sempre.

E agora, alguns meses depois, cá estou eu, saindo do casulo, pronta pra voar.

Sim, tenho muito pra contar.

Se quiserem me fazer companhia, vou gostar.

Você gosta de café puro ou adoçado? ☕

Com amor,

Ana Castilhos.