Santa Hildegarda de Bingen
- Ana Castilhos
- 13 de nov.
- 3 min de leitura
Quem é e como ela entrou na minha vida.
Se uma mulher do século XII ainda pode tocar a alma de uma artista em 2025, é porque o sagrado não tem tempo — apenas presença.

Assistindo a uma live no Instagram da Dra. Priscila Antunes com a Letícia Hoppe, ouvi elas falarem sobre Santa Hildegarda — e me conectei de um jeito tão forte que pensei na hora:
“Nossa, eu sou a Santa encarnada nessa vida!”
(claro, não leve ao pé da letra... foi só uma expressão intensa mesmo! 😂)
Ali eu soube do congresso que ia acontecer em São Paulo e não tive dúvidas.
No dia 26 de julho de 2025, me inscrevi no primeiro lote Diamante para o
I Congresso Internacional de Medicina Natural sob a Visão de Santa Hildegarda.

Desde então, comecei a estudar a vida dela, e quanto mais mergulho, mais admiro.
O Congresso aconteceu nesse último final de semana, 7 e 8 de novembro, e valeu muito a pena ter escutado sobre a Santa sob várias perspectivas e vozes.
O ponto alto foi uma palestra de duas horas (online, com tradução) do Dr. Wighard Strehlow, notável estudioso da medicina de Hildegarda, que promove seus métodos de nutrição, tratamentos e conexão corpo-alma em diversos países. Hoje, aos 88 anos, dirige o Centro Hildegard em Allensbach, na Alemanha.
✨ Quem foi Santa Hildegarda de Bingen?
Monja beneditina, mística visionária, compositora, médica, naturalista e escritora.
Hildegarda viveu no século XII (1098–1179) e foi, sem exagero, uma mulher à frente de seu tempo — e talvez até do nosso.
Ela enxergava o ser humano como parte de um todo vivo, onde corpo, alma e natureza estão profundamente entrelaçados. Escreveu tratados sobre saúde, nutrição, ervas, pedras, cosmologia e espiritualidade.
Criou remédios e receitas medicinais, compôs músicas que ecoam até hoje e registrou suas visões místicas em manuscritos iluminados que atravessaram os séculos.
Um dos conceitos centrais de seu pensamento é a Viriditas — a “força verde” da vida.
Para ela, essa energia está presente nas plantas, no sangue, nos alimentos e também na alma humana. Onde há viriditas, há cura, alegria, vigor e conexão com o divino.
“A alma é como o vento: sopra por tudo e em tudo se move.”— Santa Hildegarda
🌕 Sabedoria do corpo e do cosmos
E o mais surpreendente: Hildegarda escrevia, com serenidade e dignidade, sobre temas que até hoje são cercados de tabu. Ela descreveu o orgasmo feminino como uma experiência de alegria luminosa, comparável ao calor do sol sobre a terra. Para ela, o prazer não era pecado, mas uma expressão natural da Criação em ação. Algo profundamente espiritual e encarnado.
Sua medicina também levava em conta os ciclos lunares e as forças da natureza.
Ela observava a influência da lua nos humores femininos, no sono, nas marés internas, e acreditava que o corpo saudável é aquele que está em sintonia com os ritmos do céu e da terra.
Falava ainda do equilíbrio entre os quatro elementos: fogo, água, ar e terra — como a base para a saúde física e espiritual.
Onde esses elementos se harmonizam, a vida floresce. Onde se desorganizam, nasce a doença.
Hildegarda não separava o corpo da alma, o feminino do sagrado, a natureza da sabedoria.
E talvez por isso ela ecoe tão forte dentro de mim e em tantas outras mulheres que hoje estão lembrando que ser espiritual também é ser encarnada.
Se você também sente esse chamado por uma vida mais plena, intuitiva, conectada com a terra e com o invisível…
Com amor,
Ana Castilhos.


Comentários